Identidades artísticas e dimensões da écfrase
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Identidades artísticas e dimensões da écfrase , livre ebook

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Description

Ce livre est la publication de la dissertation de Master de Cristina Mendonça, et découle du 1er prix "Jeunes Chercheurs en Études Françaises et Francophones au Portugal" décerné par l'Association Portugaise d'Études Française (APEF) à l'issue de la Journée tenue en février 2021. À travers une analyse comparée de trois romans contemporains - Les Sept Noms du peintre, de Philippe Le Guillou, Terrasse à Rome, de Pascal Quignard et et Lorsque J'étais une oeuvre d'art d'Éric-Emmanuel Schmitt - et deux contes de Marguerite Yourcenar - «Comment Wang-Fô fut sauvé» et «La tristesse de Cornélius Berg» des Nouvelles Orientales - la figure de l'auteur émerge dans toute la complexité de sa persona fictionnelle. Les processus de construction artistique sont examinés au moyen de la notion d'ekphrasis, réactualisée et exploitée comme véritable outil critique.
Ce livre est la publication de la dissertation de Master de Cristina Mendonça, et découle du 1er prix "Jeunes Chercheurs en Études Françaises et Francophones au Portugal" décerné par l'Association Portugaise d'Études Française (APEF) à l'issue de la Journée tenue en février 2021. À travers une analyse comparée de trois romans contemporains - Les Sept Noms du peintre, de Philippe Le Guillou, Terrasse à Rome, de Pascal Quignard et et Lorsque J'étais une oeuvre d'art d'Éric-Emmanuel Schmitt - et deux contes de Marguerite Yourcenar - «Comment Wang-Fô fut sauvé» et «La tristesse de Cornélius Berg» des Nouvelles Orientales - la figure de l'auteur émerge dans toute la complexité de sa persona fictionnelle. Les processus de construction artistique sont examinés au moyen de la notion d'ekphrasis, réactualisée et exploitée comme véritable outil critique.

Sujets

Informations

Publié par
Date de parution 29 décembre 2021
Nombre de lectures 0
EAN13 9782304052589
Langue Português

Informations légales : prix de location à la page 0,0500€. Cette information est donnée uniquement à titre indicatif conformément à la législation en vigueur.

Extrait

Cristina Mendonça
Identidades artísticas e dimensões da écfrase
Construção da personagem-artista em quatro obras de expressão francesa
Exotopies
é ditions Le Manuscrit Paris


ISBN 9782304052589
© Décembre 2021 / Dezembro 2021


Dans la même collection
Maria de Jesus Cabral, Ana Clara Santos et Jean-Baptiste Dussert (dir.), Lumières d’Albert Camus. Enjeux et relectures , 2012.
Ana Clara Santos et Maria de Jesus Cabral (dir.), Art et création chez Théophile Gautier , 2013.
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Maria de Jesus Cabral et Gérard Danou (dir.), Maux écrits, mots vécus. Traitements littéraires de la maladie , 2015.
Fernando Gomes, Odete Jubilado, Margarida Reffóios, Carla Castro (dir.), (Re)lire Albert Camus. Études interdisciplinaires , 2016.
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Ana Paula Coutinho, Maria de Fátima Outeirinho, José Domingues de Almeida (dir.), Résistances du local et apories du global. La littérature française et francophone à l’épreuve de la mondialisation , 2016.
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José Domingues de Almeida et Maria de Fátima Outeirinho (dir.) , Tours verniens , 2019.
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Cristina Álvares, Ana Lúcia Curado et Sérgio Guimarães de Sousa (dir.), Humain, posthumain , 2020


« Exotopies »
Collection dirigée par Ana Clara Santos et Maria de Jesus Cabral
La collection « Exotopies » est issue de travaux de l’APEF (Association Portugaise d’Études Françaises) qui siège à l’université de Coimbra, au Portugal. Elle est née de la volonté de divulgation des activités scientifiques (colloques, journées de réflexion) menées par l’APEF et qui, à la croisée d’horizons disciplinaires, critiques et géographiques variés, contribuent à la vitalité des études en langue française selon une perspective transfrontalière. Privilégiant le patrimoine littéraire et artistique, cette collection se veut une interface scientifique ouverte à d’autres domaines de recherche – linguistique, traduction, didactique – dont ce patrimoine ne saurait être dissocié. Ayant pour objet les études françaises et le questionnement des frontières, cette collection propose de nouveaux éclairages sur diverses perspectives concernant l’écriture, l’art et la langue. Elle promeut un regard comparatiste révélant le dialogue fécond que les langues et cultures entretiennent dans l’espace européen.


Prefácio
Cinco textos em busca de um autor
Carlos F. Clamote Carreto IELT | NOVA FCSH
Cinco textos, uma problemática, uma teia complexa, porosa e intricada de laços e de questões que assombram a literatura desde os seus primórdios e que continuam a desafiar tanto a história como a teoria literária. Percorrendo três romances - um de Philippe Le Guillou, Les Sept Noms du peintre (2001), outro de Pascal Quignard, Terrasse à Rome (2014) e um terceiro de Éric-Emmanuel Schmitt, Lorsque J’étais une œuvre d’art (2018), e dois contos de Marguerite Yourcenar (“Comment Wang-Fô fut sauvé” e “La tristesse de Cornélius Berg”) da obra Nouvelles Orientales (1981), perpassam das reflexões de Cristina Mendonça várias perguntas e inquietações: o que se esconde por detrás dessa figura densa e complexa a que comodamente chamamos de «autor»? Que processos, práticas e rituais envolve? Como se corporiza e dilui a consciência autoral através do desdobramento e da fragmentação da figura do escritor em sucessivas mises en abîme ficcionais e ecfrásticas? Que memórias conserva o artista contemporâneo dos significados e funções que se foram sedimentando em torno da função autoral ao longo dos tempos?
No manuscrito de Turim do romance de Tristão e Isolda composto por Thomas d’Angleterre (circa 1170), o herói manda esculpir estátuas da sua amada para poder com ela dialogar, confidenciar-lhe as suas penas e alegrias, fugir à loucura e ao esquecimento. Na impossibilidade de viver plenamente (n)a Presença do Outro, é através de uma representação literalmente imaginária que Tristão vive o amor. A Salles aux images , como é conhecida a sequência, não traduz não tanto (ou apenas), neste sentido, um culto idolatra da imagem através do qual o herói sucumbiria ao fascínio mortífero do simulacro platónico, mas sim o extraordinário poder mediador e (re)criador da imagem artística – da ficção – através da qual se instaura uma relação de cumplicidade entre o artista, o amante e o poeta, selada na relação ecfrástica entre o corpo esculpido e a escrita poética que fixa e imortaliza a cena num contexto (o do século XII) em que a voz autoral procura, entre o anonimato e o trabalho de reescrita à sombra das auctoritates do passado, afirmar-se, autonomizar-se e reivindicar progressivamente a sua singularidade.
Se o século XIX do Romantismo representa o culminar de um processo de afirmação e de consagração da figura do autor (com todos os estereótipos autorais associados a esse processo de glorificação) que passa a ocupar, como refere, no seu notável ensaio, José Luis Diaz ( L’Écrivain imaginaire. Scénographies auctoriales à l’époque romantique , Paris, Honoré Champion, 2007), o centro do espaço mediático, não esqueçamos que, para este estatuto, muito contribuiu o século XVIII (o século que cria precisamente os direitos de autor – em França as duas leis que consagram o direito de propriedade dos autores sobre as suas obras e invenções datam de 1791 e 1793). Na sua epístola «Sur la considération qu’on doit aux gens de lettres» (in Lettres philosophiques , 1734), Voltaire sonhava já com um mundo em que o autor fosse imortalizado em vida, monumentalizado, e que lhe erguessem estátuas na praça pública como fizera Atena para Sófocles ou Platão. Um sonho que o «rei dos filósofos» teve o privilégio de ver concretizar-se ainda em vida, sendo, em 1770, lançada uma subscrição pública internacional para a realização de uma estátua em mármore de corpo inteiro do escritor. Mas esta promoção social e simbólica da figura do autor conduz também e paradoxalmente a um «dégagement d’auteur» (segundo a expressão de Diaz), ou seja, a um progressivo distanciamento face à obra acompanhado de um trabalho reflexivo (sério, lúdico ou paródico, teórico ou metaficcional) sobre a sua própria imagem como autor. Não será certamente por acaso se o período entre 1750 e 1830 em que se assiste, segundo Paul Bénichou, à (con)sagração do escritor, é também aquele em que a figura do autor mais se complexifica e problematiza através da multiplicação de máscaras e ficções autorais (recorde-se, a título de mero exemplo, o palinódico, denso e ambíguo paratexto que inaugura as Liaisons dangeureuses de Choderlos de Laclos).
A nietzschiana morte do autor decretada por Roland Barthes (mas já antecipada por Proust no seu célebre Contre Sainte-Beuve de 1908-1909) num célebre artigo publicado na revista Manteia em 1968 onde lemos que, do ifigénico sacrifício (retomando a bela imagem de Eugénio de Andrade) do autor/ scriptor nasce o leitor, bem como as reflexões de Michel Foucault publicadas um ano depois («Qu’est-ce qu’un auteur?», in Dits et écrits , Paris, Gallimard, 1969) que acentuam o divorcio entre a figura histórica e biográfica do autor e a sua dimensão enquanto instância textual e simbólica, acabam por engendrar um amplo espaço de distensões, hiatos e assimetrias que permitem aos escritores aprofundarem o jogo reflexivo e ficcional sobre a(s) su

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