The Project Gutenberg EBook of Musa Cerula, by Augusto Gil This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at www.gutenberg.net Title: Musa Cerula Author: Augusto Gil Release Date: January 10, 2010 [EBook #30920] Language: Portuguese *** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK MUSA CERULA *** Produced by Pedro Saborano (This file was produced from images generously made available by The Internet Archive) AUGUSTO GIL MUSA CERULAAUGUSTO GIL MUSA CERULACOIMBRA LIVRARIA PORTUGUEZA E ESTRANGEIRA DO EDITOR MANUEL D'ALMEIDA CABRAL 165—R. Ferreira Borges—165 1894. AUGUSTO GIL MUSA CERULACOIMBRA LIVRARIA PORTUGUEZA E ESTRANGEIRA DO EDITOR MANUEL D'ALMEIDA CABRAL 165—R. Ferreira Borges—165 1894.MUSA CERULA 1891-93. Honorate l'altissimo poeta A João de Deus … Quando lerdes Entendei que segundo o amor tiverdes Tereis o entendimento dos meus versos. Camões. O sentimentalismo constitue a Arte. Taine. Para fielmente contar o que sinceramente sente, não são necessarias ao poeta essas fórmas novas que devem rutilar de inauditismo. ………………………………….. Ao assenhorear-se d'ella sentiria sem duvida o embaraço de quem, para beber agua de um regato, n'uma sesta de verão, tivesse de usar um pesado calice do seculo XVII, todo de oiro, cravejado de pedras, tirado de um museu de artes ...
The Project Gutenberg EBook of Musa Cerula, byAugusto GilThis eBook is for the use of anyone anywhere atno cost and with almost no restrictions whatsoever.You may copy it, give it away or re-use it under theterms of the Project Gutenberg License includedwith this eBook or online at www.gutenberg.netTitle: Musa CerulaAuthor: Augusto GilRelease Date: January 10, 2010 [EBook #30920]Language: Portuguese*E*B*OSTOAKRMTUOSFATCHEISRUPLRAO*J**ECTGUTENBERGProduced by Pedro Saborano (This file wasproduced from images generously made availableby The Internet Archive)
COIMBRALIVRARIA PORTUGUEZA E ESTRANGEIRADO EDITORMANUEL D'ALMEIDA CABRAL165—R. Ferreira Borges—165.4981
MUSA CERULA1891-93.Honorate l'altissimo poetaA João de Deus … Quando lerdes Entendei que segundo o amor tiverdes Tereis o entendimento dos meus versos.Camões.O sentimentalismo constitue a Arte.Taine.Para fielmente contar o quesinceramente sente, não sãonecessarias ao poeta essas fórmas
novas que devem rutilar de inauditismo.…………………………………...açEAo assenhorear-se d'ella sentiria semduvida o embaraço de quem, parabeber agua de um regato, n'uma sestade verão, tivesse de usar um pesadocalice do seculo XVII, todo de oiro,cravejado de pedras, tirado de ummuseu de artesdecorativas……………….Almas irmãs da minha, a vós dedico e offertoEste livro d'amor—meu coração aberto.Folhas soltas ao ar na alegre revoadaDe pombas a fugir no azul d'uma alvorada.PCeodmaçeollsasdovejmoeirupseêlra,paemdpaliçtuosdedacalmminah'alma:É tudo o que eu cantei de idyllico e olorante,Desde o ceruleo olhar da minha terna amanteAté á coma edeal da minha sancta mãe,Alva como um lilaz, branca como a cecem.Almas irmãs da minha, a vós dedico e offertoEste livro d'amor—meu coração aberto.
Profissão de féNão vão pensar que a minha musa sejaAlguma apparição allucinanteDe olhar azul e labios de cereja,Diadema d'oiro e espada flammejante.A musa protectora d'estes versosDetesta a rima altiva dos pamphletos,Educa-me em principios bem diversos:—Lê-me Petrarcha, o mestre dos sonetos.Não me ensina a cantar imprecaçõesContra as torpes gangrenas mundanaes,Inspira-me sómente estas cançõesQue vos fallam d'amor—e nada mais.Apostolo do Bello e da Bondade,Ella anda a propagar por toda a parte,ÁAsnaolvmaarseliaguirãoorecaheasmdaadam—ocAirdtea.de,Consagra um culto fervoroso e santoAos sentimentos bons, ás coisas mansas.Respeita a Dor nas lagrimas do pranto,Adora a Paz nos risos das creanças.Por alta noite, quando a evoco e chamo,Segreda-me ao ouvido brandamente,Qual brisa leve a prepassar n'um ramo:Traduz em verso o que a tua alma sente.Canta os sorrisos, canta as amarguras
Dos teus vinte e dois annos incompletos.Faz d'elles um collar d'estrophes puras,Faz d'elles um rosario de sonetos.………………………………….………………………………….Já vêem, pois, que a minha musa é calma:E agora, se quizerem lêr sem pressa,Verão que em cada estrophe vae impressaUma affecção diversa da minh'alma.A minha mãeAs illusões semelham-se a um collarDe perolas alvissimas, de espuma.Se o fio que as segura se quebrar,Cahem no chão, dispersas, uma a uma.Cahem no chão, dispersas, uma a uma,Se o fio que as segura se quebrar;Mas entre tantas sempre fica alguma,Sempre alguma suspensa ha de ficar.D'as minhas illusões, dos meus affectos,Longo collar de amores predilectos,Muitos rolaram já no pó tambem.Um só d'entre elles não cahirá jámais:Aquelle que eu mais préso entre os demais.—O teu amor sanctissimo de mãe.
Impressões d'ellaIOs labios são dois imans de desejos.A bocca, então, é calix de venenos Com infusão de beijos.Eu, se o mortal licor provasse ao menos Alguma vez sómente,Envolto já nas sombras da agoniaAinda um beijo mais lhe pediria —Para morrer contente…IIA voz tem a dolente melopeiaQue Dom Juan tirava á guitarrilha, Á luz da lua cheia Nas ruas de Sevilha;Tem os enervamentos do FalernoE a attracção da musica d'Orpheu; Se a ouvisse, o inferno —Tornava-se n'um ceu.IIIOs olhos não são olhos, são punhaes.E tanto mais me fita, quanto mais Os crava no meu peito;