Inscripções portuguezas
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Publié le 08 décembre 2010
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The Project Gutenberg EBook of Inscripções portuguezas, by Luciano Cordeiro This eBook is for the use of anyone anywhere at no cost and with almost no restrictions whatsoever. You may copy it, give it away or re-use it under the terms of the Project Gutenberg License included with this eBook or online at www.gutenberg.net
Title: Inscripções portuguezas Author: Luciano Cordeiro Release Date: March 17, 2009 [EBook #28348] Language: Portuguese Character set encoding: ISO-8859-1 *** START OF THIS PROJECT GUTENBERG EBOOK INSCRIPÇÕES PORTUGUEZAS ***
Produced by Rita Farinha and the Online Distributed Proofreading Team at http://www.pgdp.net (This file was produced from images generously made available by National Library of Portugal (Biblioteca Nacional de Portugal).)
VESPERAS DO CENTENARIO
NSC
DA
INDIA
RPIÇÕES
I PORTUGUEZAS
POR
LUCIANO CORDEIRO
Fiel guarda da memoria é a escripta, porque renova as cousas antigas, confirma as novas, conserva as confirmadas e representa as conservadas para que as noticias d'ellas se não entreguem ao esquecimento dos vindouros. 
(N'um diploma de doação de Affonso Henriques ao Mestre Galdino Paes.--Trad.)
LISBOA
IMPRENSA NACIONAL
1895
INSCRIPÇÕES PORTUGUEZAS
VESPERAS DO CENTENARIO
NSC
DA
INDIA
RIPÇÕES
I PORTUGUEZAS
POR
LUCIANO CORDEIRO
Fiel guarda da memoria é a escripta, porque renova as cousas antigas, confirma as novas, conserva as confirmadas e representa as conservadas para que as noticias d'ellas se não entreguem ao esquecimento dos vindouros. 
(N'um diploma de doação de Affonso Henriques ao Mestre Galdino Paes.--Trad.)
LISBOA
IMPRENSA NACIONAL
1895
A
Gomes de Brito
INSCRIPÇÕES PORTUGUEZAS
1.ª SERIE
(EXTRAHIDA DAARTE PORTUGUEZA)
É claro que os seguintes apontamentos, desordenadamente colhidos e reunidos, não têem a menor pretenção a iniciar umCorpo de inscripções portuguezas, que, aliás, era tempo de começar-se.
Estas notas dispersas, que a piedade domestica, a prosapia genealogica, a vaidade individual, o culto civico escreveu na pedra ou no bronze dos monumentos ou das campas, têem, sob varios aspectos, um irrecusavel interesse critico, alem de que são, frequentemente, verdadeiras e importantes revelações históricas.
Parecerá até impertinencia querer demonstrar, ainda, a utilidade da sua colheita e registo.
Ora, todos os dias ruem os monumentos e vão-se apagando e desapparecendo as legendas tumulares, por esse paiz fóra.
É, comtudo, tão facil, tão agradavel passatempo, até, conserval-as!
Nas minhas excursões provincianas, tenho consagrado aocalco,--ao modesto e singelissimo calco a papel, agua e escova,--a dedicação de uma propaganda importuna e teimosa, e é ainda a idéa de reforçar essa propaganda pela lição directa da sua razão e utilidade, que me determinou a ir publicando os primeiros resultados,--embora pequenos, valiosos.
Pareceu-me, porém, não dever limitar-me a reunir, apenas, as inscripções agora directamente colhidas, e, menos ainda, sómente as que podessem considerar-se ineditas.
Alem de que algumas, publicadas de ha muito, precisam e poderam ser corrigidas por um novo exame, o successivo agrupamento das que andam dispersas por varias obras é evidentemente um bom serviço, em que oxalá me permittissem o tempo e os recursos poder cooperar melhor do que procurarei fazel-o.
I
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LEITURA:
Thomar, convento de Christo, na Sacristia Velha: pequena lapide, caracteres gothicos minusculos.
--Esta capella mandou fazer Vasco Gonçalves d(e) Almeida, cavalleiro, e sua mulher Mecia Lourenço, amos do Infante Dom Henrique, e foi feita (na) era do Salvador de 1426.--
Damião de Goes (Liv. das Linh. MS.) abre o--Titulo dos Almeidas--com o seguinte:
--«Fernão d'Alvares d'Almeida foi um honrado cavalleiro em tempo delRei Dom João o 1.º. Foi Vedor de sua Casa, sendo elle Mestre d'Aviz, e, depois, em sendo Rei, foi Craveiro da dita Ordem eAyo dos filhos do dito Rei. «Houve filhos bastardos: Diogo Fernandes d'Almeida, Alvaro Fernandes d'Almeida e Nuno Fernandes, de quem não ha geração. E houve filhas».
N'esta bastardia, é que continuou e prosperou fidalgamente o nome, logo pelo primeiro rebento,--o Diogo,--que foi vedor da fazenda de D. João I e. de D. Duarte, e que, segundo Goes--«casou com sete mulheres»--das quaes o illustre chronista se limita a citar duas, apenas, se é que não houve erro de copia na primeira conta:
«...a primeira, filha de Dona Tareja, filha de João Fernandes Andeiro, Conde de Ourem e foi irmã, da
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parte da Mãe, do Arcebispo de Braga Dom Francisco da Guerra; e della houve a Lopo d'Almeida; e a outra segunda mulher foi filha do Prior do Crato Dom Nuno Gonçalveshouve della a Alvaro d'Almeida e Antão, e d'Almeida e Dona Branca d'Almeida, primeira mulher de Ruy Gomes da Silva,o da Chamusca, e Dona Isabel d'Almeida, mulher d'Alvaro de Brito, e assim houve outras filhas.»
Não terá havido anterior ligação com a familia do Prior, e não derivaria d'ella o VascoGonçalves, da inscripção?
O que parece certo é ter elle escapado, até agora, á luz indiscreta da Genealogia, na desolada solidão da Sacristia Velha de Thomar, com a sua companheira, a Mecia Lourenço, que trouxe, naturalmente, aos burguezes seios o--«Alto Infante»--das descobertas.
Amos do Infante são evidentemente os que o crearam; e esta designação abrangendo a Mecia, deve indicar a mulher que o amamentou. Bemditos peitos!
Devo o calco d'esta inscripção ao meu amigo sr. M. H. Pinto, o distincto artista e director da escola industrial de Thomar.
II
Leiria, Castello, sobre a porta da Torre de Menagem: em caracteres gothicos grosseiramente abertos sobre linhas ou pautado cavado, n'uma das egualmente pedras da muralha. Inferiormente e na mesma pedra, tres pequenos escudos, tendo o do centro as bandas ou barras de
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Aragão e os dos lados as quinas, convergentes.
LEITURA: --(Era) 1362 an(n)os foi esta tor(r)e co(meçad)a (aos) 8 dias de maio, e mandou-a fase(r o muito) nobre Dom Diniz, Rei de Portugal.................acabada.
Esta ultima parte, inintelligivel já, evidentemente diria a data do acabamento: dia e mez, ou sómente o mez.
Esta inscripção, que parece ter sido feita depois de concluida a Torre, e que é de singular importancia por fixar precisamente a construcção ou a reconstrucção do castello por D. Diniz, tem-se conservado desapercebida, talvez pela altura em que está e por se confundir, á primeira vista, com as escabrosidades da pedra. Áparte o facto dos nossos archeologos, ou dos que se dizem taes, mais se dedicarem, geralmente, á exploração das mais banaes inscripções de cippos romanos do que á colheita das que podem illustrar a historia patria. Alli mesmo, n'aquelle formoso monumento chamado o Castello de Leiria, que bem póde dizer-se amassado com sangue, a busca das inscripções romanas nas pedras funerarias aproveitadas nas muralhas, tem chegado a fazer perigar a segurança das construcções, ao passo que nos restos dos Paços do Rei Lavrador nenhuma exploração regular se tem feito. Escusado será acrescentar que o escudo com as barras ou bandas aragonezas é uma affirmação ou uma homenagem ao senhorio de Leiria dado á Rainha D. Isabel,a Santa. O calco d'esta inscripção, e até a denuncia d'ella, foi-me fornecido pelo meu amigo sr. João Christino da Silva, então director e professor da escola industrialDomingos de Sequeira, de Leiria.
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LEITURA:
III
Obidos, Torre do Castello, no humbral da porta (ogival), lado esquerdo.
--E(ra) 1413 annos, no mez d(e) outubro, foi começada esta tor(r)e, p(or) mandado delrei Dom Fernando, da q(ua)l foi védor D(iog)o
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M(art)i(n)s da Tougia, e foi della m(estr)e Jo(ão) Do(mingue)s, e foi feita á custa do dito.
O meu amigo Sousa Viterbo lembra-me que Giner de los Rios dá esta inscripção no seu Portugal; mas, pela copia que me transmitte, entendo que o escriptor hespanhol não soube copial-a e lel-a bem. Assim, na linha 1) tomou os final pelo algarismo 6, que nada significaria, e na linha 2) supprimiu oo na primeira palavra. Embaraçaram-n'o naturalmente os pontos de separação, muitas vezes colocados por simples fantasia decorativa. Trocou tambem os nomes do védor fazendo-o representar por um caprichoso --A.nMig.nda Toura-- e o do Mestre por--f.aDoz.
O do primeiro é claramente:--d.o miz (Diogo Martins) e apenas a ultima designação offerece difficuldade, não podendo, porém, ser:--Toura--porque está muito intelligivel no começo da linha 8) a letrag. A sobreposta parece realmenter, o que difficultaria extremamente a leitura; mas porventura uma irregularidade ou estrago da pedra é que lhe dá aquella apparencia, sendo simplesmente umi, o que dá a palavra--Tougia.
Tougia,Taugia,Ataugia,Touria, éAtouguia da Baleia, povoação que não fica muito distante e que teve grande importancia no tempo de D. Fernando e de D. Pedro I, que n'ella celebraram côrtes, e onde, pouco antes do primeiro, senão no seu tempo, se fez ou reformou tambem um forte castello.
O nome do vedor seria pois: Domingos Martins da Tougia oud'Atouguia, o que, como se vê, só pela interpretação de um signal ou letra sobreposta, póde suscitar hesitação.
É a leitura que preferimos, até por não encontrarmos melhor. O nome do mestre, e que não nos parece que offereça duvida, éJoão DominguesouDomingos.
Devo a um cuidado desenho do meu amigo e distincto professor, o sr. João Christino da Sil Devo a um cuidado desenho do meu amigo e distincto professor, o sr. João Christino da Silva,
[18]
esta inscripção, bem como a seguinte.
LEITURA:
IV
Obidos, na Torre do Facho.
--Foi reformada esta muralha por Dom Sancho primeiro.--
Evidentemente não é coeva esta inscripção, em caracteres mixtos (goth. e red.).
V
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